Quando surge aquela dor de estômago, especialmente associada à azia e queimação, qual a primeira doença que vem à sua mente? Aposto que é a gastrite.
Bastaste comum, a patologia tem acometido cada vez mais pessoas. E embora aquelas com mais de 60 anos ainda representem a fatia com maior propensão à doença, a gastrite está atualmente disseminada em todas as faixas etárias.
Mas você sabe realmente o que é gastrite, por que ela tem acometido até mesmo crianças e qual é o tratamento indicado? Acompanhe que iremos responder a estas perguntas.
As causas da gastrite
Gastrite é uma doença caracterizada pela inflamação das paredes internas do estômago e pesquisas apontam que, na maioria dos episódios, há a presença da bactéria Helicobacter pylori.
Esse micro-organismo se instala abaixo da camada de muco do estômago e libera enzimas capazes de mudar o pH das áreas próximas. A multiplicação desenfreada da bactéria gera uma reação inflamatória e esse ácido gástrico produzido acaba corroendo as paredes do estômago.
Essa bactéria pode contaminar água e alimentos, mas embora esteja presente nos pacientes com gastrite ou úlcera, ainda não é comprovado se ela é responsável pelo aparecimento da doença ou se o local acaba sendo ideal para seu desenvolvimento.
Fato é que muita gente pode carregar a bactéria e não sofrer suas consequências. Já outras podem ser acometidas pela gastrite aguda ou crônica. Veja alguns fatores que desencadeiam a irritação.
- Alimentação inadequada, com consumo excessivo de alimentos gordurosos e ácidos
- Consumo exagerado de bebida alcoólica
- Ingestão excessiva de produtos com cafeína
- Tabagismo
- Uso prolongado de remédios – principalmente de anti-inflamatórios (incluindo corticoides) e ácido acetilsalicílico (AAS)
- Distúrbios autoimunes
- Predisposição genética
- Estresse
Isso mesmo! O estresse é uma das principais causas de crises de gastrite e, exatamente por isso, tantas pessoas têm sido acometidas nos tempos atuais – até mesmo as crianças. E a explicação é simples: em situação de tensão, o organismo aumenta a liberação de cortisol e adrenalina, hormônios que elevam a fabricação de ácido no estômago.
Como saber se estou com gastrite
A dor e a queimação no estômago são os principais sintomas da gastrite, mas não são os únicos. Aquela sensação de má digestão, ao sentir o gosto do alimento 4 ou 5 horas após tê-lo ingerido, também é uma situação recorrente. Há pessoas que têm ânsia, apresentam quadro de vômitos, falta de apetite e perdem peso.
Ter alguns desses sintomas uma vez ou outra, no entanto, não significa que esteja com gastrite. Agora, se o problema se mantiver por duas semanas, é melhor consultar um médico gastroenterologista.
O especialista irá solicitar uma endoscopia, exame em que uma microcâmera desce pela boca do paciente até o estômago. Mas calma, o procedimento é feito sob efeito de sedativo.
Qual o tratamento
Se for detectada a presença da bactéria Helicobacter pylori, que é bastante resistente, o uso de antibiótico será indicado pelo médico – e pode combinar antiácidos para aliviar os sintomas. Ao término do tratamento, pode ser que novo exame seja solicitado a fim de que o especialista verifique se o organismo está imune do micro-organismo.
Para a regeneração completa do estômago, uma dieta balanceada também é indicada. Refrigerantes, sucos cítricos e águas gasosas devem ser evitados, bem como cafeína e açúcares.
Assim que a causa da gastrite for combatida, o paciente fica curado em no máximo três semanas. Esse é o prazo para o estômago recuperar suas rugosidades naturais, que foram destruídas pela corrosão.
Como prevenir
Mas como prevenir é sempre melhor que remediar, algumas medidas contribuem para sua saúde e bem-estar a fim de evitar a gastrite. A primeira delas é diminuir o consumo de alimentos que aumentam a acidez do estômago, como:
- Álcool
- Café
- Comidas picantes
Alimentos gordurosos, que exigem mais ácido para digestão, e o leite puro, que estimula a secreção de suco gástrico, também devem ser evitados. E ficar muito tempo em jejum é perigoso, porque o ácido gástrico se acumula no estômago.
Outra recomendação é evitar a automedicação, uma vez que o excesso de medicamentos é uma das causas para as crises estomacais. E, por último e não menos importante, pratique exercícios físicos. Atividades aeróbicas funcionam como para-raios de energias negativas e diminuem os níveis de estresse.