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Artigo Polêmico de Harvard sugere novas recomendações para a indicação da frequência de realização de mamografias de rotina!

Artigo Polêmico de Harvard sugere novas recomendações para a indicação da frequência de realização de mamografias de rotina!

A orientação é de começar mais tarde e com intervalos maiores!

As mulheres agora podem esperar até os 45 anos, antes de começar as mamografias, e fazer a cada dois anos até os 55 anos, de acordo com as novas normas da American Cancer Society – Sociedade Americana de Cancerologia

Segundo The Journal of the American Medical Association, os malefícios das mamografias de rotina provavelmente superam seus benefícios.

Como diz a Dra. Nancy Keating, professora de Medicina da Universidade de Harvard “O risco médio de uma mulher ter câncer de mama aos 40 anos de idade é menor que um em cada cem, ou seja, 0,7%.” Mas aumenta para um a cada 8 em mulheres na faixa etária maior que 85 anos. Apesar do risco de câncer de mama aumentar com a idade, as mulheres mais velhas tendem a ter tumores cada vez menos agressivos.

A mamografia reduz o risco de morte por câncer de mama em 15% dos casos na faixa dos 40 anos.

Ela justifica dizendo que se forem feitas mamografias anuais a mulheres acima dos 40 anos por 10 anos, encontraremos 190 a 200 casos. Dessas, cerca de 30 mulheres morrerão da doença, independente do diagnóstico precoce, e, 5 terão a vida salva pelo diagnóstico. Então, conclui-se que realmente há benefícios para mulheres jovens… Mas são relativamente pequenos.

E quanto aos malefícios? Dessas 10.000 mulheres, cerca de 6.000 serão submetidas ao exame novamente para esclarecer alguma lesão suspeita e, de 700 a 1000 serão submetidas a biópsias com resultado negativos. Ela refere que “Essas biópsias são estressantes e geram muito desconforto às pacientes, mas este não é o maior problema.”

O principal malefício, segundo a Dra. Keating, é o diagnóstico falso positivo. “São aqueles casos em que a paciente é diagnosticada como acometida por câncer de mama, sendo que são tão insidiosos que nunca teriam causado qualquer problema de saúde se não fossem diagnosticados.” Porque não se pode distinguir entre os de crescimento muito lento e de baixo risco, dos mais agressivos, e muitas mulheres passam por cirurgias, quimioterapia e radiação, sendo que não haveria a real necessidade. Não se sabe ao certo qual a porcentagem desses casos, mas estima-se que aconteça em 19% de todos os casos. Cerca de 36 dos 190 casos diagnosticados em 10.000 mulheres.

Fazer a mamografia a cada dois anos de intervalo diminui os riscos e ainda permanecem os benefícios do exame. Segundo ela, o importante é um bom exame físico e histórico familiar para classificar a paciente em baixo e alto risco.

“As mulheres poderiam escolher sobre quais suas preferencias quanto às condutas com seus médicos, para calcular os seus riscos e de acordo com a história familiar. As que possuem baixo risco devem considerar duas questões: Como você se sentiria se fosse diagnosticada e tratada por um tumor que você nunca precisasse saber que tinha? Ou como você se sentiria se tivesse um tumor de mamas e não houvesse realizado a mamografia para um diagnóstico mais precoce? Você acordaria de madrugada se questionando se haveria algo que poderia ter feito para ter reduzido seu risco?” “Para essas pessoas que não se sentiriam confortáveis com um risco mínimo, eu diria: Vá em frente e faça as suas mamografias” aconselha a Dra. Keating.

 

Fonte: Tradução livre de artigo publicado em outubro/ 2015 por

Julie Corliss, Executive Editor, Harvard Heart Letter

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